sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O seu filho precisa é de comunicação!

Existem crianças que a gente chama de corporais, existem crianças levadas, crianças desobedientes, crianças mimadas, quietas demais. Isso a gente, como educador, sinaliza o tempo todo. As mais corporais, normalmente, verbalizam pouco; tem pouca ou nenhuma noção de espaço; passam por cima dos amigos, vivem tropeçando, se desequilibrando, caindo por cima dos outros. As crianças levadas e as desobedientes, escutam pouco ou quase nada do comando, estão mais preocupadas em ficar do lado do amigo preferido e imitando ele, que também costuma ser levado e desobediente. As mimadas não deixam você falar, nem ninguém. Não aceitam as regras e estão sempre dizendo que não vão participar da aula ou da brincadeira. As crianças quietas aceitam tudo, pouco participam e ninguém sabe se ela está gostando ou não, se existe algum problema ou não. Hoje, logo na primeira aula, a aluna mais famosa da escola (por ser desobediente) não estava fazendo nada do que eu pedia, ou melhor, não estava ESCUTANDO nada do que eu falava. Eu parei a aula, coloquei os instrumentos no chão, o livro e os bonecos do lado e falei, na sua altura, que ela não poderia pegar nada naquele momento porque a história iria começar. O comando, direto e claro, foi dado só pra ela, não tinha como não compreender. Na segunda aula, aconteceu de uma aluna mimada (no sentido mais amplo da palavra, que tem a ver com excesso de mimo) do ensino funtamental não aceitar as regras decididas pelo grupo. Eu então pedi pra que ela desse uma sugestão, já que nada estava bom. Pronto, foi o suficiente pra ela falar e chegar a conclusão que o que grupo estava decidindo era realmente o melhor. Depois, foi a vez da turma de 5 anos. Outra aluna mimada saiu da roda porque ninguém deixava ela falar. Só que era ela que não deixava ninguém falar. Não conseguia esperar a vez e não aceitava ter que ficar calada para ouvir os amigos. Como eu não dei importância, os companheiros ficaram incomodados com ela fora e me alertaram: "olha lá, ela tá fora da roda porque quer falar". Eu respondi "pra falar é só entrar na roda, vem!". E ela veio. Nas outras turmas, a mesma coisa. Um levado reclamando que queria ficar do lado do outro, eu permiti com a promessa de participação na aula. Deu certo.
O que eu quero dizer com tudo isso é que em cada situação dessas eu olhei no olho. Parei tudo e falei claro com a criança olhando pra ela, dei um tempo pra ela, dei realmente a importância que ela esperava naquele momento. Parece óbvio, mas na rotina de um educador e de uma mãe ou de um pai pode não ser.
A cada dia como profissional e como mãe eu me certifico do valor da comunicação. E quando a gente fala do filho dos outros, alguém sempre pensa que o problema é dos pais. Não! O problema é do nosso tempo, do dia a dia que existe hoje e que nos é imposto. A gente corre tanto que não se dá conta de que uma comunicação direta, uma fala presente e um comando claro faz total diferença no desenvolvimento da criança. Aposte nisso! Dá certo!

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