segunda-feira, 22 de junho de 2015

Capacitação de Professores 2015


Nos últimos meses, eu fui convidada a organizar três encontros para professores de educação infantil, em três escolas diferentes: Criativa, Amora e Criançartes. Todas tinham uma intenção: capacitar os professores, auxiliares e coordenadores para que o dia a dia com as crianças se tornasse mais proveitoso. O tema principal seria a contação de histórias e eu deveria treinar com os educadores, os recursos do contador de histórias. Não foi só isso que aconteceu, eu transformei então o nosso encontro numa experiência de comunicação. Queria mostrar para eles que, contando histórias, podemos criar laços afetivos que farão uma enorme diferença na relação cotidiana com a turma. E essa relação de segurança e afeto é imprescindível para o desenvolvimento cognitivo e emocional daquelas crianças. 
Na Criativa, o curso foi oferecido para as auxiliares de professores. Foi um sábado inteiro de leitura, estudo, dinâmicas e contação de histórias. Paramos apenas para um almoço delicioso. Foi muito bacana ver a empolgação das educadoras e a participação tão feliz das coordenadoras. No fim, veio a certeza de que podemos ir muito longe com as histórias na relação com as crianças...
Na Amora, o encontro foi pensado para as berçaristas, mas todos os educadores, coordenadores e funcionários foram convidados a participar, o que tornou o curso bem rico e divertido. Falamos muito sobre a importância de começar a contar histórias para os bebês e treinamos bastante os recursos do contador de histórias para que possamos aproveitar cada momento ao lado dos pequeninos, que têm seu tempo de percepção bem reduzido em comparação às crianças maiores. Nosso encontro durou quatro horas, numa deliciosa manhã de sábado.
Na Criançartes, dividimos o encontro em dois dias para atender os educadores da manhã e da tarde. Lá, eles têm esse momento de estudo e troca regularmente e dessa vez foi a minha vez de participar! A ideia era mostrar que podemos criar um ambiente prazeroso para as histórias no meio da nossa rotina corrida de professores de educação infantil. Que é fundamental desacelerar, respeitar o tempo de cada grupo e, principalmente, aproveitar o momento da troca que uma Roda de Histórias proporciona. Tomamos sorvete e conversamos bastante sobre as possibilidades de trabalho para cada faixa etária. 
Adoro fazer esse trabalho e fico muito feliz em saber que a Educação Infantil (assim, com letras maiúsculas!) é levada a sério nesses ambientes educacionais. Que está, definitivamente, se posicionando como uma etapa de desenvolvimento muito importante para a criança e a família. Que venham os próximos encontros! 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Por uma colônia de férias que dure o ano todo...

Foto: Úrsula Santana
Ontem eu encontrei a mãe do menino mais novinho que participou da colônia de férias desse ano (ele também é meu aluno na escola). Ela veio toda contente me contar que ele até hoje fala sobre as atividades que fizemos juntos nas férias e pergunta se eu estarei no parque quando vai lá brincar pela manhã. É uma delícia saber que isso acontece. Aliás, eu tenho a sorte de ver isso se repetindo todo ano. Sinal de que nosso objetivo está sendo alcançado. 

A Colônia de Férias de Histórias, que acontece há cinco anos, foi criada para atender as crianças bem pequenas, de três e quatro anos, que começam a ter férias escolares mas não encontram lugares e atividades adequadas para sua idade em outras colônias. Chegamos a conclusão que um lugar aberto, sem ser um clube, onde todos pudessem se expressar e brincar livremente com segurança seria o ideal. O parque onde ocorre os encontros é perfeito pra gente, temos um chuveiro verde que ajudamos a construir e podemos nos refrescar, temos uma casa para fazer as atividades manuais, temos espaço para o lanche, brinquedos, e uma natureza linda que nos ensina como lidar com o nosso corpo (no calor do chão, nas pedrinhas, nos altos e baixos do terreno) e nos oferece a oportunidade de cuidar e ouvir histórias de forma bem acolhedora. Sempre formamos o grupo com antecedência porque há um enorme planejamento para que tudo corra de forma bem feliz e com segurança. O número de educadores contratados (de acordo com o número de crianças inscritas) e o treinamento deles, a quantidade de material, o tipo de alimento, as atividades... Tudo, absolutamente tudo, é pensado para que seja um período inesquecível. É por isso também que não temos "diária". Além de ter a certeza que um grupo fechado para uma semana ajuda a criança a se sentir melhor, criando vínculos que lhe transmitam segurança. Essas informações são passadas várias vezes, por diferentes meios, bem antes da colônia começar. Mas sempre recebemos pedidos de mães que a empregada faltou, que o filho mais velho ficou doente ou que estava passando e viu a "brincadeira" acontecendo. Não me incomodo de explicar sobre nossa proposta. E explico sempre. Fico triste de não poder ajudar, mas a educação infantil precisa deixar de ser vista apenas como um local de cuidado. Nos projetos de educação infantil também fazemos amplos planejamentos com objetivos concretos. Precisamos adequar as atividades constantemente para respeitar o ritmo da criança e precisamos preservar o grupo, seus desejos e interesses.

Essa é a estrutura que acredito. Fico muito feliz quando termina e vejo, ao longo do ano, o quanto o mês de janeiro foi prazeroso e fortalecedor para aqueles pequeninos. 
Que venha o ano letivo de 2015 porque estamos doidos pra curtir as férias de novo. Pode perguntar pra eles!