quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Por uma colônia de férias que dure o ano todo...

Foto: Úrsula Santana
Ontem eu encontrei a mãe do menino mais novinho que participou da colônia de férias desse ano (ele também é meu aluno na escola). Ela veio toda contente me contar que ele até hoje fala sobre as atividades que fizemos juntos nas férias e pergunta se eu estarei no parque quando vai lá brincar pela manhã. É uma delícia saber que isso acontece. Aliás, eu tenho a sorte de ver isso se repetindo todo ano. Sinal de que nosso objetivo está sendo alcançado. 

A Colônia de Férias de Histórias, que acontece há cinco anos, foi criada para atender as crianças bem pequenas, de três e quatro anos, que começam a ter férias escolares mas não encontram lugares e atividades adequadas para sua idade em outras colônias. Chegamos a conclusão que um lugar aberto, sem ser um clube, onde todos pudessem se expressar e brincar livremente com segurança seria o ideal. O parque onde ocorre os encontros é perfeito pra gente, temos um chuveiro verde que ajudamos a construir e podemos nos refrescar, temos uma casa para fazer as atividades manuais, temos espaço para o lanche, brinquedos, e uma natureza linda que nos ensina como lidar com o nosso corpo (no calor do chão, nas pedrinhas, nos altos e baixos do terreno) e nos oferece a oportunidade de cuidar e ouvir histórias de forma bem acolhedora. Sempre formamos o grupo com antecedência porque há um enorme planejamento para que tudo corra de forma bem feliz e com segurança. O número de educadores contratados (de acordo com o número de crianças inscritas) e o treinamento deles, a quantidade de material, o tipo de alimento, as atividades... Tudo, absolutamente tudo, é pensado para que seja um período inesquecível. É por isso também que não temos "diária". Além de ter a certeza que um grupo fechado para uma semana ajuda a criança a se sentir melhor, criando vínculos que lhe transmitam segurança. Essas informações são passadas várias vezes, por diferentes meios, bem antes da colônia começar. Mas sempre recebemos pedidos de mães que a empregada faltou, que o filho mais velho ficou doente ou que estava passando e viu a "brincadeira" acontecendo. Não me incomodo de explicar sobre nossa proposta. E explico sempre. Fico triste de não poder ajudar, mas a educação infantil precisa deixar de ser vista apenas como um local de cuidado. Nos projetos de educação infantil também fazemos amplos planejamentos com objetivos concretos. Precisamos adequar as atividades constantemente para respeitar o ritmo da criança e precisamos preservar o grupo, seus desejos e interesses.

Essa é a estrutura que acredito. Fico muito feliz quando termina e vejo, ao longo do ano, o quanto o mês de janeiro foi prazeroso e fortalecedor para aqueles pequeninos. 
Que venha o ano letivo de 2015 porque estamos doidos pra curtir as férias de novo. Pode perguntar pra eles!