quarta-feira, 11 de abril de 2012

É conversando que a gente se entende

Normalmente, uma roda de histórias começa quando todas as crianças se calam. Quando sou eu a contadora, a roda começa quando todas as crianças já falaram. Isso porque o meu objetivo é incentivar a comunicação e a expressão deles. Foi com esse bate-papo inicial que eu descobri que a mãe de João e Maria não aparece na história porque já morreu e virou estrelinha, assim como o avô da menina de 3 anos que concluiu. Também ouvi que a mamãe urso, da história da Cachinhos Dourados, era médica e pude desfazer a confusão: "Médica?" "Sim, Giovana, o papai-urso é grande; o bebê urso é pequeno e a mamãe-urso é médica." "Ah, tá... média!". E a preocupação do mais levado em dizer que a "missão" da história é não mexer nas coisas dos outros sem pedir.
No ambiente escolar, nem sempre as crianças são ouvidas, infelizmente. E logo na educação infantil, onde elas estão aprendendo a se comunicar... uma pena. Acho que isso acontece porque às vezes é muito conteúdo, muita atividade pra fazer (apesar de não entender qual atividade seria mais importante do que conversar). Às vezes, porque é preciso se manter num status de professor, coisa de 1940 ou de problema pessoal. Às vezes, é porque "é só criança" e maternal é pura perda de tempo pra quem tem faculdade (ouvi isso essa semana!). Enquanto isso, sigo vestindo a camisa de que a criança merece todo o ouvido e respeito do mundo. Em qualquer idade! E por isso sigo sendo a professora E.T., que deixa a turma falar, cantar e dançar. Devo ter a maior fama de professora que não sabe controlar a turma. Por mim, tudo bem! Meu objetivo é outro, e não tem a ver com controle. Tem a ver com autonomia e imaginação.

Um comentário: